janeiro 25, 2004

A mentira é um arma de destruição maciça

Olha, olha, o mesmíssimo general que se prestou a fazer um número de circo na ONU para gritar ao mundo que o planeta estava prestes a passar a pó por causa da ameaça de Saddam vem agora admitir que «o Iraque poderia não dispor de armas de destruição maciça em vésperas da guerra.» Powell, um moderado, entretanto adulterado pela contaminação da ala radical da administração Bush, não podia ficar pior nesta fotografia.


Como se isso não bastasse, o ex-chefe da equipa norte-americana que procurava provas físicas da existência de armas de destruição em massa no Iraque veio também dizer, inesperadamente, que não acredita que existisse aquele tipo de armas em solo iraquiano.


Há dias, uma toupeira de alto nível «bufou» que a Invasão do Iraque estava prevista muito antes do 11 de Setembro.


Ainda haverá por aí, sobretudo entre os nossos caseiros fazedores de opinião, alguns dos quais directores de jornais e certos colunistas ingénuos, que tenha o desplante de defender a invasão do Iraque a pretexto das armas de destruição maciça? Continuarão a ter a lata de mostrar-se mais bushistas que os próprios Bush & Blair nesta matéria?


No entanto, é de esperar que o circo da mentira, da hipocrisia e da ilegalidade continue. O delirante presidente americano e o seu mais fiel seguidor, o infeliz do Blair, perante as sucessivas evidências de que tudo isto foi uma grande tanga montada para defender interesses geopolíticos e petrolíferos, continuarão a bater na tecla de sempre para enganar os tontos. E o que não falta por aí é tontos com grande vontade de ser enganados.


Chegados a isto, seria interessante ir para o terreno e perguntar aos soldados da «coligação» no Iraque: «Que é que vocês acham que estão aqui a fazer?»