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abril 22, 2004

O mal da pressa

O livro Cada Vez Mais Rápido, escrito por James Gleick, lê-se bem e depressa. Não por ser fraco, mas por constituir uma leitura muito estimulante.

Não se espere, no entanto, desta obra altas reflexões filosóficas ou grandes abstracções teóricas sobre a problemáticas da velocidade a que vivem as sociedades contemporâneas tecnologicamente mais desenvolvidas.

Gleick opta antes por nos defrontar com a imagem quase caricatural que essas sociedades dão de si mesmas a qualquer observador atento: sempre stressadas, sem tempo para ter tempo, escravas, ou paranóicas, do segundo, comendo mal e depressa, dormindo pouco ou nada, fazendo sexo ao cronómetro, trabalhando até cair para o lado, divertindo-se pouco e mal, procurando sempre fazer várias coisas ao mesmo tempo (a mania das multitarefas), em suma, sociedades vítimas do que o autor chama o mal da pressa.

Gleick vai buscar alguns exemplos a estudos e estatísticas que são, no mínimo, alarmantes. Por exemplo, alunos de um conservatório de música que ficam perturbados quando, numa qualquer peça, há um momento de pausa: ficam quase em pânico, ansiosos, incapazes de lidar com a suspensão do som; o silêncio de alguns segundos parece-lhes insuportável.

Aceleração do ritmo de vida, mas também das psiques: é preciso pensar cada vez mais rápido, reagir cada vez mais depressa, à estimulação que as tecnologias e os meios de comunicação provocam.

Haverá limites para toda esta aceleração? Gleick acha que sim: «Estamos a deparar-nos com um limite de velocidade. Só podemos levar a comunicação em tempo real até um certo ponto - pelo menos até que a humanidade se torne um único organismo com as suas partes combinadas sob a forma de uma consciência à velocidade da luz. O limite é a nossa própria mente. Temos velocidade de cruzeiro finitas.»

março 26, 2004

Tempo da pressa

«Se não compreendermos o tempo, tornar-nos-emos as suas vítimas. 'O Tempo é uma divindade gentil', dizia Sófocles. Talvez o fosse para ele. Hoje em dia, trabalha a chicote.»

James Gleick, Cada vez mais rápido.

dezembro 18, 2003

Depressa e mal

Há aí um livrinho que tarda a chegar aos escaparates das livrarias da Invicta. Curiosamente, tem o título Cada vez mais rápido. Gabriela Oliveira escreveu sobre esta obra de James Gleick no último Expresso e deixou-nos com água na boca. Ou nos olhos, se preferirem.

Primeira pergunta: «Porquê e para onde corremos nós?» «Nunca como hoje a nossa civilização foi tão marcada pela velocidade, pelo ritmo, pela sincronização e pelo desejo imperioso de controlar o tempo», escreve Oliveira, antes de remeter para algumas ideias do escritor, que disserta sobre a aceleração do tempo, e respectivas consequências, nas sociedades modernas. «Vivemos a alta velocidade com rigor e porte atlético ou estamos atacados pelo mal da pressa?»

Este livro promete. Depois da sua leitura, falaremos. Para já, fica a esperança de que escritos como este nos ajudem a compreender as razões de, aparentemente, estarmos a gerar sociedades cada vez mais speedadas, stressadas, à beira de ataques de nervos e controladas à custa de televisão rasca e anti-depressivos.