Mostrar mensagens com a etiqueta jornais. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta jornais. Mostrar todas as mensagens

novembro 17, 2006

outubro 27, 2006

Que se passa no Porto?

Se aplicarmos o critério da visibilidade noticiosa do Porto nos principais jornais portugueses, o Porto está morto.

O Porto, cidade e Área Metropolitana, está em morte lenta no Público. Moribundo no DN. Definhando no Expresso. Não existe no Sol. O Correio da Manhã tem mais em que pensar. O 24 Horas é para esquecer.

Só o JN, que tem sofrido na pele das suas páginas sérias queimaduras provocadas pela(o) capital, lá vai aguentando as suas páginas do Grande Porto. Um milagre.

Que se passa? É o péssimo feitio e estreiteza de vistas de Rui Rio? É a sujidade do rio Douro que afugenta as empresas, os "cérebros", os artistas, investidores, as elites, e as entrega nos braços da Quinta da Marinha? É a cidade histórica a cair de podre que deprime o pulsar da urbe? São as crateras lunares das ruas que dão cabo dos Jaguares?

Ou, então: será que no Porto não se passa mesmo nada?

janeiro 03, 2006

Votos impressos para 2006

Em 2006, gostava que os jornais portugueses que leio (Público, DN e Expresso à cabeça) fizessem mais jornalismo de investigação (já ouço as gargalhadas do pessoal nas redacções...); contextualizassem melhor os assuntos; me chapassem muito menos com o telejornal da noite anterior nas páginas; mandassem a agenda das conferências de imprensa e dos bitaites dos políticos de serviço às malvas; mandassem alguns colunistas profundamente chatos, nuns casos, e altamente duvidosos, noutros casos, dar uma volta ao bilhar grande do 24 Horas, esse excelente diário de trágica qualidade; apostassem, a sério, na reportagem fotográfica e na infografia; abandonassem de vez as tentações fashion, people e de humor de pechisbeque, do tipo que o Expresso faz na sua Revista; abrissem as páginas a novas áreas temáticas.

Enfim, já sei, são votos de um simples leitor. Do outro lado, isso exigiria bons "patrões", bons directores, bons editores, bons repórteres... E, do lado de cá, bons leitores, claro.

Mas esse país assim ainda está por inventar.

abril 03, 2005

Expresso online sem pedalada

Mais de 24 horas depois do falecimento do papa, a "manchete" do Expresso online é: "João Paulo II: estado de saúde piora".

Não há ciberjornalismo que resista a tanto amadorismo.

fevereiro 26, 2005

publico.pt: regresso ao passado?

O público.pt tem um novo aspecto gráfico e prepara-se para começar a cobrar pelo acesso ao site.

Ora, antes disso, talvez não fosse má ideia que o publico.pt resolvesse precisamente problemas graves do novo aspecto gráfico. É que os textos em bruto da versão impressa que nos aparecem no ecrã fazem lembrar os primeiros tempos do shovelware dos jornais na Web, em que os conteúdos do papel eram despejados quase sem tratamento para os sites.

Dez anos depois do início da aventura dos jornais electrónicos, apresentarem-nos nacos enormes de prosa sem sequer separação de parágrafos é algo completamente inaceitável. Quem quer dar o passo arriscado da cobrança pelos conteúdos tem de fazer melhor. Ou, pelo menos, o mínimo.

setembro 24, 2004

Um muro na imprensa

Na sua coluna de hoje no Público, Miguel Sousa Tavares quebra o quase total muro de silêncio mediático (será por medo puro e simples?) sobre a galopante governamentalização laranja dos media da Lusomundo. Bons nacos de prosa como o que se segue são cada vez mais raros na imprensa mainstream, que parece derrapar paulatinamente para um tipo de domesticação demasiado óbvia, parda e incompetente:

«Confesso que ultimamente o "Diário de Notícias" anda muito arredado das minhas leituras diárias. Abro, por exemplo, a edição de anteontem na página 9, e ela é inteiramente constituída por três colunas de opinião de três propagandistas do Governo. É um bocado demais para a minha capacidade digestiva. Agora, com Henrique Granadeiro saneado politicamente e todo o grupo Lusomundo entregue a Luís Delgado, temo que a tendência seja para se reviverem os tempos - ideologicamente opostos, mas deontologicamente semelhantes - em que o "Diário de Notícias" era dirigido por Augusto de Castro ou pela dupla Luís de Barros/José Saramago. Desgraçada vocação!»

agosto 19, 2004

Brincar aos jornais

O Diário de Notícias continua a pregar pregos no seu próprio caixão. Desde que foi, há quase um ano, vítima de um golpe de estado 'laranja', o percurso do velho diário não era difícil de prever. A estória que hoje vem relatada nalguns jornais, sobre a decisão da Direcção editorial de retirar de página uma notícia incómoda para o governo, tem o mérito de ser absolutamente previsível.

O actual director não foi posto por acaso, e contra tudo o que um mínimo de bom senso recomendaria, à frente do jornal. O ex-assessor de Cavaco e de Martins da Cruz foi posto lá para rentabilizar o seu capital de experiência acumulada. Na assessoria, evidentemente. O custo de credibilidade, como se sabe, foi, e continua a ser, muito elevado para o jornal. As vendas aí estão para o demonstrar. Nenhum jornal do mundo que se queira de referência pode cometer um erro tão básico e grosseiro como este.

Enfim, a história não ensina nada a esta gente, que se entretém a domesticar jornais como quem brinca às casinhas, marimbando-se por completo para a função social que o jornalismo deve ter. O problema é que, democraticamente falando, é uma brincadeira muito séria, pois o país precisa como pão para a boca de jornais sólidos e credíveis, sobretudo agora que as televisões destrambelharam por completo. Precisa de um DN e um Público fortes, a competir pela excelência, e não pelas migalhas de S. Bento.

Neste episódio da notícia 'impublicável', nem tudo é mau. Graça Henriques, editora-adjunta do Nacional, percebeu que houve cedência a pressões políticas e demitiu-se. Fez muitíssimo bem. A maior parte dos jornalistas da secção pôs-se ao lado dela. O seu editor pôs-se ao lado da Direcção. Pois...