Haynes embrulha a narrativa com as cores fortes e os planos previsíveis dos filmes de Hollywood daquela década, mas fica-se por aí. A dissecação dos podres das personagens é depois feita de uma forma quase crua, arrasando com os estereótipos da família ideal. Ideal, só na fachada. Dentro de portas, o marido, homem de negócios de sucesso, descobre-se homossexual; a esposa, mãe de filhos, dona de casa, luta para manter as aparência de que tudo vai bem, ao mesmo tempo que se desintegra emocionalmente para cair, desamparada, nos braços de um negro.
Por entre uma serenidade algo desarmante, tudo vai mal e acaba mal nesta história. Enfim, como quase sempre acontece na vida real. Um filme agridoce a registar.