outubro 29, 2006

De ouvido: Aimee Mann





Banda sonora perfeita para uma longa e quente tarde de domingo, quase Novembro.

outubro 27, 2006

Que se passa no Porto?

Se aplicarmos o critério da visibilidade noticiosa do Porto nos principais jornais portugueses, o Porto está morto.

O Porto, cidade e Área Metropolitana, está em morte lenta no Público. Moribundo no DN. Definhando no Expresso. Não existe no Sol. O Correio da Manhã tem mais em que pensar. O 24 Horas é para esquecer.

Só o JN, que tem sofrido na pele das suas páginas sérias queimaduras provocadas pela(o) capital, lá vai aguentando as suas páginas do Grande Porto. Um milagre.

Que se passa? É o péssimo feitio e estreiteza de vistas de Rui Rio? É a sujidade do rio Douro que afugenta as empresas, os "cérebros", os artistas, investidores, as elites, e as entrega nos braços da Quinta da Marinha? É a cidade histórica a cair de podre que deprime o pulsar da urbe? São as crateras lunares das ruas que dão cabo dos Jaguares?

Ou, então: será que no Porto não se passa mesmo nada?

outubro 22, 2006

Incidentes

À mesa do restaurante. Pai e mãe conversam, com pausas pelo meio. Filho e filha estão à mesma mesa, mas muito longe dali. Mergulhados, a quatro olhos, cada um na sua Playstation portátil. Família tradicional pós-moderna?

outubro 17, 2006

No Teatro Rivoli

Rui Rio e a Cultura têm umas contas de calculadora a ajustar. Mas isso não irá acontecer nesta vida. O presidente da Câmara do Porto persiste em não acertar uma tecla que seja do piano das artes. A cidade ressente-se. Com inteira razão.

O "caso" Rivoli está neste ponto: «A Câmara Municipal do Porto cortou a iluminação e colocou o ar condicionado no máximo do frio numa tentativa de acabar com o protesto de um grupo de actores e espectadores que se mantêm barricado há mais de 30 horas no Rivoli Teatro Municipal.»

O Publico.pt apanhou, bem, a polémica no ar e abriu um blogue, o No Teatro Rivoli. A provar que há boas ideias que ficam de graça.

outubro 08, 2006

Regresso a Citizen Kane

Algumas breves notas sobre a revisão (mais uma...) de Citizen Kane: um Orson Welles absoluto, grandioso, no papel do magnata da imprensa Charles Foster Kane; o jogo, brilhante, das personagens filmadas entre a luz e as sombras, numa impecável fotografia a preto e branco; elenco profissionalíssimo, com destaque para Joseph Cotten; um doseamento dramático bem conseguido.

Citizen Kane não é, como muitos apaixonados acreditam, o melhor filme de sempre. Mas é, sem dúvida, um marco incontornável na história do cinema.

outubro 06, 2006

De leituras: Mediatizados, nós?

Um tema interessante a pedir leitura urgente: os média contemporâneos estão a moldar as nossas vidas de formas completamente novas? O mundo, como já dizia Shakespeare, é mesmo um grande palco e nós meros actores?

O antropólogo e professor universitário norte-americano Thomas de Zengotita acha que sim. E desenvolve a ideia num livro que acaba de ser publicado: Mediatizados – Como os Média Moldam o Nosso Mundo e o Modo Como Vivemos.

Excerto da sinopse: «Do funeral da princesa Diana à perspectiva do terrorismo à escala global, de cenas de sexo na Sala Oval à política de cowboyada em terras distantes, Mediatizados guia-nos por cada departamento da nossa sociedade intensamente mediatizada. A cada esquina vemo-nos tal qual somos, mergulhados em opções, rodeados por representações e forçados por estas circunstâncias a transformar as nossas vidas em actuações. »

Peter Preston, do Guardian, já leu e gostou. E deixa-nos, a nós, com uma grande vontade de partir para esta leitura.