Há qualquer coisa que não bate bem nisto. É uma «fonte governamental» a confirmar ao Expresso que Clara Ferreira Alves vai ser a nova directora do DN? É o governo que já tem a certeza, que garante, mesmo antes dos administradores do DN (o próprio director diz estar a leste), a nomeação de Ferreira Alves?
Das duas uma: ou a notícia tem um lead propositadamente venenoso, conduzindo o leitor para a conclusão de que Clara Ferreira Alves é, antes de mais, uma escolha do governo, ou, de facto, o DN vai persisitir no erro de ter a sua imagem colada a boletim oficial dos poderes no activo, imagem essa que lhe tem saído muito caro em termos de credibilidade e vendas.
De qualquer modo, Clara Ferreira Alves irá partir para o cargo com um rótulo pouco abonatório nos dias que correm: a de ter boas relações com Santana Lopes, que a escolheu para dirigir a Casa Fernando Pessoa. Somado a tudo o resto a que temos assistido, sobretudo em termos de tentativas de controlo da comunicação social por parte do governo, a nova directora do DN, independentemente das suas qualidades profissionais, vai ter um trabalho dos diabos para se livrar do carimbo que se lhe começa a colar à pele.