outubro 26, 2004

O comissariado mata

Quando, há quase um ano, bati com a porta no DN, por discordar da nomeação do assessor-"jornalista" Fernando Lima para director e dos nomes que escolheu para a sua equipa directiva, nomeadamente no Porto, sabia que o que ali vinha para o jornal era mau. A escola do comissariado político no jornalismo tem barbas e raramente surpreende. Não surpreendeu, uma vez mais.

Só não imaginava é que esta gente, em onze meses, conseguisse a proeza de enterrar o jornal num lodo imenso de falta de credibilidade, de servilismo acéfalo, de incompetência jornalística estonteante. Os danos que estas luminárias, a começar pelo conde da PT e a acabar nos directores, causaram ao título podem, como dizem os elementos do Conselho de Redacção no seu comunicado de hoje, tornar-se irreversíveis.

Como pode um grupo de comunicação deste calibre cometer tantos disparates juntos num espaço de tempo tão curto? Como é possível que, ao fim de tanta asneira, ainda consigam piorar as coisas com a novela inenarrável do convite e recusa a Clara Ferreira Alves? Que raio de director é aquele que está ali a fingir que não é nada com ele ao mesmo tempo que a "sua" redacção se esfrangalha? Os patrões da PT e os seus amigos do governo ensandeceram de vez?

Vale a pena ler o comunicado de hoje do Conselho de Redacção do DN, que o Público.pt transcreve na íntegra. É assustador.