maio 03, 2004

Sábado: mais do mesmo a caminho

A revista Sábado renasce na próxima sexta-feira. Um 'Guia para o leitor' é distribuído hoje com alguns jornais. Folheia-se a pequena revista e, no final, fica-se com a sensação de que vamos ter mais um 'produto' dejá vu a concorrer com as três revistas semanais de informação geral já publicadas.

Quatro revistas deste género num país com taxas de analfabetismo e iliteracia estarrecedoras parece excessivo. Algumas vão certamente ficar pelo caminho.

Esta Sábado agora apresentada não parece que vá aquecer ou arrefecer muito o mercado das revistas, a menos que aposte, a sério, no jornalismo de investigação, esse género caro e ingrato que já teve muito melhores dias na imprensa.

O espaço para a opinião afigura-se muito pouco prometedor. Estarão lá muitos dos suspeitos do costume, nomes batidos, gente que parece estar em todo o lado e que, manifestamente, já cansa.

Os media, neste particular, são horrorosamente calculistas e provincianos. Além disso, com esta aposta em 'vedetas', algumas das quais sem jeito para escrever uma frase decente, prejudicam gravemente a diversidade do debate público democrático. Já não bastava a sinistra concentração dos media nas mãos de dois ou três grupos, temos agora formado um cartel de colunistas.

Sim, a Sábado também vai ter Pacheco Pereira, também Santana Lopes, também José Sócrates, e também a portuguesa suave Margarida Rebelo Pinto. Eis quatro boas razões para não começar a comprar a Sábado.