Por uma questão de preservação de higiene mental, o melhor mesmo é não ligar a televisão durante este fim-de-semana. À espera dos telespectadores - e eles, infelizmente, serão a rodos, a rondar os 1200 milhões, segundo a revista Visão - estará uma orgia de directos do casamento de Felipe com uma ex-apresentadora de TV.
Seiscentas televisões em Madrid garantirão a boda de imagens comoventes, comentários ocos de jornalistas transformados em babados mestres de cerimónias, entrevistas de rua por dá cá aquela palha (o salto alto da princesa não está alto de mais?), enfim, o triste fado do costume para alimentar o vazio existencial da turba planetária basbaque que ainda se deslumbra com histórias de encantar de reis e rainhas, século XXI... Ah, e lá estarão também os intrépidos repórteres de 900 revistas do coração.
Para espectáculos televisivos penosos e degradantes, já basta o que nos oferecem todos os dias.