Em matéria de luta contra o tabagismo, o Estado português encontra-se estagnado na Idade Média. A discussão pública sobre este problema é de uma debilidade confrangedora: quem não gosta de (nem tem de, note-se) gramar com a nicotina dos outros em restaurantes, locais de trabalho, comboios, aviões, escolas ou mesmo até em certos hospitais é acusado de ser "fundamentalista da saúde". Até por ilustres colunistas de jornal. Estamos nisto. É o politicamente correcto de pernas para o ar.
Por isso, é de aplaudir a proposta do ministro da Saúde. Ele quer proibir que se fume em recintos fechados e aumentar a idade mínima para a aquisição de produtos de tabaco para os 18 anos. Elementar, não é? Em Espanha, Itália, Irlanda e muitos outros países isto já foi feito há muito. Que se saiba, não houve mortos nem feridos e as milionárias tabaqueiras também não faliram.
Agora que a proposta vai ser discutida publicamente, preparemo-nos para, uma vez mais, ouvir os fumadores gritarem "fascismo higiénico!" e outras alarvidades de quem está pouco habituado a repeitar os outros.
Este país exige cá uma pachorra...