No parlamento português há, de facto, um grupo de deputados empenhado, responsável, competente e com razoável sentido do dever. O resto é um "clube de homens" para esquecer. Não admira, pois, que haja tão poucas mulheres por aquelas bandas com pachorra para os aturar.
Ontem, no fórum da TSF, a deputada Maria de Belém explicava que as sessões só acabam a horas decentes quando aqueles muitos senhores deputados que se babam por bola, e cujas orgásmicas discussões sobre o filosofia do esférico dá para imaginar ali nos Passos Perdidos, têm muita pressinha para ir ver o derby do dia.
Outros metem-se mesmo no avião, voam até Camp Nou e dizem que foram em nobre representação parlamentar.
Outros ainda, como o deputado Narana Coissoró, acham a coisa mais natural do mundo que o parlamento pare quando há um Benfica-Barcelona.
Junte-se a isto episódios como a "balda da Páscoa" e outros pouco edificantes, que os cidadãos não chegam a conhecer, e temos, não uma verdadeira casa da democracia, mas um abastardamento foleiro da mesma com a assinatura dos seus principais inquilinos.
Ou muita desta gente, que é suposto representar condignamente os portugueses, perdeu por completo a noção do ridículo ou então nunca na vida a chegou a ter.