Andava à procura deste álbum, sem exagero, há quase duas décadas. Tinha de ser em vinil, o formato em que o passava na rádio lá da terra.
Encontrei-o, sem um risco sequer, na Louie Louie, ali na ondulante (o piso de paralelo é mesmo às ondas e covas) e mui portuense Rua do Almada, onde se misturam prédios a cair de podre, lojas de ferragens, artigos de borracha, candeeiros, fechaduras, pequenas oficinas, artesanato africano, discos de vinil para coleccionadores ou DJ's, roupas sixtie, outras com ar sado-maso e por aí adiante.
Pousada a agulha naquela mágica superfície preta aos risquinhos e pronto, o bom velho Old Rottenhat já cá cantava.
A (minha) geração que se ficou pelos Duran Duran certamente não saberá quem é este Robert Wyatt, que canta com uma voz magnífica em falsete. Em bom inglês, questionava, muito antes de Timor-Leste virar moda:
"Timor
East Timor
Who's your fancy friend, Indonesia?
What did Gillespie do to help you?"
Vinte anos depois, Old Rottenhat continua único na sua aparente candura, fresco na sua abordagem melódica e... tem uma capa lindíssima.