Uma vista de olhos pelas edições online dos principais media noticiosos portugueses serve para confirmar a decepção de sempre. Perante um acontecimento de enorme impacto, como foi o atentado terrorista em Madrid, a maior parte dos sites responde com páginas monocórdicas de texto, muito texto (quase sempre colado de agências), poucas imagens, menos ainda gráficos explicativos animados, escasso vídeo e pouco som. Sites de televisão propõem 'clips' de telejornal, meio desgarrados do resto do material informativo.
A exploração das potencialidades narrativas da Web, pelas quais passa o uso integrado do hipertexto, do multimédia, da criação de espaços de debate com e entre a audiência, é, para não dizer mais, muito fraca. Dá para ver que do outro lado do ecrã não há meios suficientes para fazer melhor.
A desilusão é ainda maior em sítios nados e criados na Web, como o Diário Digital e o Portugal Diário. Por natureza, tinham a obrigação de ir mais longe, mas, como hoje se viu, pouco se conseguem distinguir do marasmo geral. É pena.
O ciberjornalismo português permanece, em boa medida, um palmo à frente da estaca zero.