julho 31, 2005

De olhares: banho de imersão

A propósito de Última Vida no Universo, do realizador tailandês Pen-Ek Ratanaruang, Francisco Ferreira escrevia, na revista do Expresso do passado dia 23, que se trata de um filme «que não se afasta da melancolia de estilo onde continua a cair muito do actual cinema oriental.»

Espero que não tenha sido intenção do crítico atribuir à expressão «continua a cair» tom pejorativo. Pois ainda bem que temos cinema melancólico, venha ele de onde vier. Para tiros, explosões, sustos, monstros, perseguições e defeitos especiais, já basta Hollywood. Basta!

Última Vida no Universo passou pelo festival de Veneza, em 2003, mas não pelas salas de cinema em Portugal. Foi directo para DVD. Francisco Ferreira chama-lhe, e bem, «um longo banho de imersão.»

É um banho que, com a disposição de espírito certa, vale a pena saborear. Viva a melancolia!


Outros belos melancólicos orientais recentes:

2046, de Wong Kar-Wai
Disponível para Amar, de Wong Kar-Wai
Primavera, Verão, Outono, Inverno e... Primavera, de Kim-Ki Duk
Dolls, de Takeshi Kitano