À medida que as peças do puzzle se vão juntando, menos dúvidas sobram sobre o oportunismo descarado e leviano que marcou os últimos dias do governo de gestão de Santana Lopes. E que "gestão"! Quem lá estava parece ter tido a preocupação suprema de tomar decisões, a dias das eleições e até depois das mesmas, de forma a favorecer colaboradores, assessores, conhecidos, amigos, patrocinadores, lóbis privados. E, pelo que se começa a ver, com o Estado a sair invariavelmente lesado.
Esta vampirização dos poderes da administração central, vinda de quem vem, até que nem espanta por aí além. Foram inúmeros os sinais de irresponsabilidade, desorientação, má preparação e leviandade dados, quer pelo próprio Santana Lopes, quer por vários membros do seu "governo". Só se esperava é que esta gente, que lá foi parar por manifesto destrambelhamento político apadrinhado por Durão Barroso, não fosse tão amadora a fazer estas coisas. Sabia-se que eram fracos e duvidosos políticos. Mas tanto...
Mais grave de tudo é a monumental machadada que estas luminárias acabam por dar na já debilitada credibilidade dos políticos e do próprio sistema democrático. Isto é, Lopes e os seus amoucos (amouco é um índio que jura morrer pelo seu chefe)continuam, ainda hoje, a levar muito bom cidadão português para as fileiras dos cépticos e abstencionistas.