De vez em quando, tropeçamos numa velha cassete VHS que já vimos algumas vezes. A fita, desgastada, deixa transparecer os inúmeros visionamentos já feitos. Mas... rever Ferré, a actuar ao vivo, a falar da vida, a exultar com Apollinaire, a revoltar-se contras todas as formas de opressão, a defender apaixonadamente a (sua) anarquia, é sempre um momento único de arrebatamento inspirador.
Léo Ferré morreu há doze anos. A cultura dos media de massas esqueceu, quase por completo, este monegasco provocador, genial, absoluto, marginal, no dom da palavra e da música. Da poesia, enfim. Marcou profundamente a "geração de 60", foi adoptado pela juventude no Maio de 68 e dirá ainda muito a quem, à época, tinha vinte anos e não vivia ainda tão massacrado como hoje pelos hiper-massificados sons e ícones anglo-saxónicos.
Em palco, o homem que cantava que «a crítica é uma forma superior do desespero» suga-nos por completo e esmaga-nos com a força, quase violenta, das suas interpretações. Tem o dom, e o prazer, de nos inquietar, de nos questionar sobre o que vivemos e como vivemos. Faz-nos, por vezes, sentir mal. Agita-nos a pequenez dos dias que passam.
Como gostava de o ter descoberto a tempo de o poder ver ao vivo.... trop tard, trop tard...
Ferré: Sa vie, son oeuvre, et la mémoire et la mer...
Em palco, o homem que cantava que «a crítica é uma forma superior do desespero» suga-nos por completo e esmaga-nos com a força, quase violenta, das suas interpretações. Tem o dom, e o prazer, de nos inquietar, de nos questionar sobre o que vivemos e como vivemos. Faz-nos, por vezes, sentir mal. Agita-nos a pequenez dos dias que passam.
Como gostava de o ter descoberto a tempo de o poder ver ao vivo.... trop tard, trop tard...
Ferré: Sa vie, son oeuvre, et la mémoire et la mer...