julho 20, 2004

Fado arábico

Ricardo Pais fez uma aposta arriscada de miscigenação musical e ganhou-a. Resolveu juntar no mesmo espectáculo os fadistas Camané e Argentina Santos e o libanês Rabih Abou-Khalil. O resultado foi o enriquecimento mútuo de dois tipos de espectadores que acorreram, no passado fim-de-semana, ao Teatro Nacional São João, no Porto.
 
Há quem tenha ido lá sobretudo pelo fado. Quando Khalil trouxe ao palco o seu alaúde misturado - magistralmente, diga-se de passagem - com jazz, alguns foram-se embora.
 
Quem foi sobretudo por causa de Khalil, ficou a conhecer de perto e ao vivo duas vozes magníficas do fado acompanhadas de forma impecável pelo contrabaixista Carlos Bica. 
 
Com um humor contagiante, Khalil contou, na brincadeira, que Pais estava com os copos quando pensou juntar no mesmo palco dois fadistas portugueses e o músico libanês.
 
O espectáculo encerrou com Camané a cantar em português música árabe acompanhado de alaúde, tuba, bateria e acordeão. Memorável.