Enquanto Koyaanisqatsi (ver entrada anterior) lida com o desequilíbrio entre a natureza e as sociedades modernas do (rico) hemisfério norte, Powaqqatsi mostra-nos a escala humana, o trabalho, a diversidade cultural, as tradições e, sim, a pobreza de povos de África, da Índia, do Médio Oriente, da América do Sul.
Reggio deixa a cada um de nós, espectadores, a interpretação do sentido das imagens. O realizador explica apenas que quis filmar a forma como a vida está a mudar naquelas partes do planeta. Uma mudança que passa pelo choque entre a tradição e os novos modos de vida provocados pela industrialização.
Este segundo documentário da trilogia Qatsi junta as palavras índias Powaqa (uma espécie de feiticeiro mau que vive à custa dos outros) e Qatsi (vida).
O início de Powaqqatsi é fulgurante. Imagens, em câmara lenta, com um fundo bem ritmado de Philip Glass, de milhares de homens a carregar sacos de terra na mina de ouro de Serra Pelada, Brasil: