Marlui nasceu em Fortaleza e foi criada em Brasília. Mudou para o Rio de Janeiro na década de 70 e estudou guitarra clássica. Tocou com Egberto Gismonti e Milton Nascimento, entre outros. Compôs bandas sonoras para cinema e teatro. As suas músicas já foram gravadas por nomes como Ney Matogrosso.
A partir da década de 70, passou a pesquisar e estudar a música dos índios brasileiros. Entretanto, realizou um projecto de preservação e recriação da música indígena da Amazónia brasileira.
Um dos álbuns que ilustra esta antiga paixão de Marlui é Ihu, Todos os Sons, com canções de povos indígenas, como os Tupari, Yanomami, Kayapó e Tembé. Neste belíssimo álbum, que ganhou um German Phono Academy Award, participam os Uakti e o actual ministro da Cultura do Brasil. Nele podemos ouvir este Araruna:
Pela voz, pelo talento, pela figura, pela curiosidade etnográfica, Marlui Miranda merecia mais atenção por parte daqueles ouvidos lusos que não se resignam a ficar limitados às funestas e enjoativas "playlists" das nossas comercialeiras rádios e afuniladérrimas televisões.