Em muito boa hora, pela mão da nova editora Midas, chegaram ao mercado de DVD dois dos mais conhecidos filmes de Derek Jarman: Caravaggio e Wittgenstein.
Rever Caravaggio é uma festa para os sentidos. Um filme chiaroescuro, tal como as telas do pintor italiano do século XVII. Paredes nuas, luz oblíqua, vermelhos fortes, fundos pretos. Todo o filme respira Caravaggio. Ou não fosse o provocador realizador inglês formado em pintura.
Aqui e ali, um toque de Pasolini. Nos rostos, nos enquadramentos, nos ritmos, nas personagens fora das leis, artísticas e não só, do seu tempo. Caravaggio e Jarman viveram um pouco assim.
Os extras que a Midas fez incluir no DVD são óptimos, com destaque para um documentário sobre a vida de Jarman, que morreu de Sida, em 1994. Numa entrevista, o realizador diz que fez este filme virado para a tradição cinematográfica europeia (com destaque para a italiana) e não a dos Estados Unidos. Percebe-se que não ia à missa com os enlatados de Hollywood...
Segue-se um pequeno excerto do filme e um trabalho interessante que encontrei no YouTube com imagens de belíssimos quadros de Michelangelo Merisi da Caravaggio.: