setembro 22, 2005

Tiques e traumas

Depois de conhecidos todos os cantos à Casa da Música, pela mão de uma guia sóbria e competente, a pergunta que nos fica é esta: estará o Porto à altura de um casarão destes? Isto é, terá a cidade e os seus arredores pedalada para aproveitar e manter todo o potencial deste magnífico pólo cultural?

Vamos ver. Há, no entanto, pequenos pormenores, aparentemente inócuos, que nos fazem temer o pior sobre certas abordagens elitistas a esta casa que se quer de todas as músicas. A certa altura da visita, a guia explica-nos que o camarote VIP foi implantado na sala principal por insistência de responsáveis da Porto 2001, contra a vontade do arquitecto, que, como bom holandês, o que quer mesmo é misturas descomplexadas. Mas não. Certa elite cultural do Porto fez mesmo questão de arranjar um espaço para poder mostrar ao povo quem está sempre acima da maralha.

Há tiques e traumas que a história não consegue apagar.