«Há uma desordem mental muito arreigada, uma reconhecida doença mental chamada «síndrome de Jerusalém»: uma pessoa chega, inala o ar puro e maravilhoso da montanha e, de repente, inflama-se e pega fogo a uma mesquita, a uma igreja ou a uma sinagoga. Ou, então, tira a roupa, sobe a um rochedo e começa a fazer profecias. Já ninguém escuta.»
«O século XX parece ter dado mostras excelentes neste sentido. Por um lado, os regimes totalitários, as ideologias mortíferas, o chauvinismo agressivo, as formas violentas de fundamentalismo religioso. Por outro, a idolatria universal de uma Madonna ou de um Maradona. Talvez o pior aspecto da globalização seja a infantilização do género humano - «o jardim de infância global», cheio de brinquedos e adereços, rebuçados e chupa-chupas.»
«A essência do fanatismo reside no desejo de obrigar os outros a mudar. Nessa tendência tão comum de melhorar o vizinho, de corrigir a esposa, de fazer o filho engenheiro ou de endireitar o irmão, em vez de deixá-los ser. O fanático é uma das mais generosas criaturas. O fanático é um grande altruísta. Está mais interessado nos outros do que em si próprio. Quer salvar a nossa alma, redimir-nos.»