Já havíamos sido invadidos por tudo quanto é gato e sapato: túrdulos, cartagineses, celtas, romanos, vândalos, suevos, visigodos, árabes, espanhóis, franceses e até pelos jogadores de futebol do Brasil.
No final do ano da desgraça de 2004, uma fina ironia, do mais recortado mau gosto barrosista, trouxe à história de Portugal e ao seu governo uma nova horda de povos bárbaros vindos das profundezas da Lapa, da linha do Estoril, dos recantos das sacristias, das capas de revista de gente gira e oca e das trevas noctívagas do Kremlin lisboeta. Em pouco tempo, estes neo-hunos da política devastaram o território e, à boa maneira napoleónica, pilharam quantos "jobs" havia para os seus rapazes.
Seria preciso esperar pelo dia 20 de Fevereiro de 2005 para Portugal reentrar no século XXI, depois de um impensável acidente histórico e quântico que o atirou, durante alguns meses, para as fogueiras de uma direita da Idade Média.