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«Na sociedade de hiperconsumo, até a espiritualidade se compra e vende. Se é verdade que a reemergência pós-moderna do religioso exprime um certo desencanto face ao materialismo da vida quotidiana, verifica-se também que o fenómeno é cada vez menos alheio à lógica comercial. A espiritualidade tornou-se mercado de massas, produto a comercializar, sector a gerir e a promover.»
«Adivinha-se no horizonte, não a aniquilação dos valores e sentimentos, mas, num cenário mais prosaico, a desregulação das existências, a vida sem protecção, a fragilização dos indivíduos. A sociedade do hiperconsumo é contemporânea da espiral de ansiedade, das depressões, das carências ao nível do amor-próprio, da dificuldade em viver.»