dezembro 06, 2005

Escritas à solta

Há sempre o prazer de regressar à escrita. À sedução das ideias. A fuga à rotina implacável da banalidade. As Lições dos Mestres, sobre essa arte maior que é ensinar, e A Ideia de Europa, ambos de George Steiner, pedem, com urgência, para ser lidos. O último de Alberto Pimenta, Marthiya de Abdek Hamid, desperta a curiosidade. Bater, poeticamente, na administração Bush?

E depois há aqueles livros que já deviam ter sido lidos há muito. Uma Apologia dos Ociosos, de Robert Louis Stevenson, o tal que, no século XIX, escreveu O Estranho Caso do Dr. Jekyll e de Mr. Hyde. Da Brevidade da Vida, de Séneca. Contra a Interpretação e Outros Ensaios, de Susan Sontag. Os Criadores, de Boorstin. E tempo? E o tempo?

Mas há também os pequenos pedaços de textos de jornal que vale a pena sublinhar e reler. Este, por exemplo, do último Expresso: «Por esta altura, estava já generalizada a convicção aristotélica de que todos os homens excepcionais são melancólicos. O melancólico medita, segue a imaginação apoiando-se na memória, descobre, inventa, correlaciona e cria. A melancolia passa a ser a mais poderosa metáfora da imaginação ocidental.» (Jorge Calado).