Bill Frisell provou, no concerto de ontem à noite, na Casa da Música, que ainda nem tudo foi dito sobre a música dos Beatles.
Acompanhado apenas por uma violinista, de cabelos verdes, e um outro guitarrista, que se entretinha a fazer deslizar sons na sua slide guitar (fazendo lembrar Ry Cooder), Frisell fez uma interpretação muito própria, ao seu estilo inconfundível, de clássicos dos Beatles. E fê-lo de uma forma quase experimental. Os temas, às vezes, começavam por ser ruídos de sintetizador, para irem evoluindo em direcção aos acordes reconhecíveis de clássicos da eterna banda de Liverpool.
Foi um concerto agradabilíssimo. Excepto, talvez, para o rapaz corpulento que estava à minha frente e cuja cabeça tombava de sono, ora para esquerda, ora para a direita, quando Frisell entrava no terreno do susurro da guitarra.