dezembro 31, 2008

Discos: um top de banda larga

Deram entrada na discoteca cá de casa em 2008, em vinil ou CD, e andaram pelo ano fora em alta rotação. Também no que aos discos diz respeito, a preocupação com lançamentos recentes é quase nula. Insisto: a música não tem idade. Por isso, este "top" começa no século XVII e acaba no XXI. Para puristas de género, daqueles que só ouvem jazz, ou só ouvem clássica, ou só ouvem indie, ou só ouvem metal, ou seja, melómanos de banda estreita, este "top" de banda mais ou menos larga pode revelar-se altamente indigesto.

  • King Arthur, de Henry Purcell
  • Stabat Mater, de Giovanni Pergolesi
  • Bella Terra, de Arianna Savall
  • Strictly Genteel, de Frank Zappa
  • Flood, de Jocelyn Pook
  • Three Viennese Dancers e After the Requiem, de Gavin Bryars
  • Lux Aeterna, de Terje Rypdal
  • Comic Opera, de Robert Wyatt
  • In Praise of Dreams, Jan Garbarek
  • After the Poison, de Marianne Faithfull
  • Moanin', de Art Blakey
  • Somethin' Else, de Cannonball Adderley
  • Down to the Bone, de Sylvain Chauveau
  • Vrioon, de Alva Noto e Ryuichi Sakamoto
  • The Following Morning, de Eberhard Weber
  • Songs: The Art of the Trio, Vol. 3, de Brad Mehldau
  • Melos, de Vassilis Tsabropoulos
  • Electra, Arild Andersen
  • The Blue Notebooks, de Max Richter
  • Snow Borne Sorrow, de Nine Horses
  • Pale Ravine, de Deaf Center
  • Tuesday Wonderland, de Esbjörn Svensson Trio
















Esbjörn Svensson (1963-2008) Foto: Bernhard Ley

dezembro 30, 2008

Filmes: um top muito cá de casa

Porque o Travessias não é, felizmente, vítima da ditadura da actualidade cinéfila, os meus filmes favoritos de 2008 são intemporais. E vistos, ou revistos, em casa, pois nas salas de cinema há muito se perdeu o respeito pelo ritual sagrado de ver um filme.


dezembro 28, 2008

Livros: um top para quase ninguém

Os meus livros favoritos de 2008 não aparecem em nenhum dos tops que agora inundam a imprensa. Ainda assim, e partilhando com Moretti aquele gosto especial pela companhia das minorias, fica aqui um modesto contributo para a divulgação de obras que, normalmente, andam longe das luzes da ribalta do escaparate e nos antípodas dos equadores e dos segredos e dos mistérios e dos códices de tudo e mais alguma coisa:

dezembro 21, 2008

A pensar em Magritte

© Helder Bastos
Matosinhos, 2008

dezembro 17, 2008

Gavin Bryars dá cartas em Serralves

Há tempos, queixava-me aqui da pouca divulgação que o compositor e contrabaixista britânico Gavin Bryars tem em Portugal. Pois bem, agora que ele se prepara para actuar, com o seu Ensemble, no auditório do Museu de Serralves (depois de amanhã), esperemos que, pelo menos os jornais da cidade, não lhe passem ao lado.

A Rádio Universitária de Coimbra, essa, percebeu a relevância do espectáculo, intitulado A Man In A Room Gambling, e vai transmiti-lo em directo. Rádio de Coimbra, note-se.

O espectáculo partiu originalmente de uma encomenda da BBC Radio 3 e da Artangel. Foi concebido como programa de rádio e desenvolve-se a partir de uma sequência de textos sobre estratégias usadas em jogos de cartas, acompanhados por música. O programa inclui ainda The North Shore, obra memorial que Bryars dedicou a Juan Muñoz, cujos trabalhos em vários domínios, como a escultura, instalação e desenho, estão expostos, até Fevereiro, no Museu de Serralves.

No site da Tate Gallery, de Londres, pode ser ouvido um excerto de A Man In A Room Gambling.


A ler:
Gavin Bryars no Travessias

dezembro 07, 2008

Fragilidade no ser

«Para um ser humano, qualquer semelhante deve ter escrita na frente esta advertência: «Muito frágil; manejar com cuidado.» As normas desse manejo cuidadoso da fragilidade constituem precisamente aquilo a que chamamos «moral». E a premência destas acentua-se tanto mais quanto mais débil é o semelhante, devido à idade ou à condição, quanto mais frágil e visivelmente mortal se nos apresenta.»

Fernando Savater, A Vida Eterna