junho 28, 2008

Jocelyn Pook à sombra

Jocelyn Pook merecia melhor sorte. À semelhança do que acontece com Virginia Astley (entre muitas outras compositoras pouco mediáticas), Pook também "não passa" grande coisa em Portugal. A única vez que me lembro de a ter visto esta inglesa por cá foi... no cabo, no canal Mezzo, já lá vão uns anos.

Além de compor para cinema, televisão, teatro e dança, Pook toca violino. Os temas que Kubrick usou no filme De Olhos Bem Fechados contam-se entre os mais conhecidos. Bastante menos famosa é, por exemplo, a banda sonora que compôs para Como matei o meu pai (fotograma no último post), de Anne Fontaine.

A banda sonora de Caravaggio, filme realizado por Derek Jarman e já aqui elogiado, inclui também temas desta discreta compositora, bem como O Mercador de Veneza, de Michael Radford, ou Gangs de Nova Iorque, de Scorsese.

Jocelyn Pook não é fácil de catalogar, nem de gostar à primeira. E os bons artistas sabem como isso é fatal para quem sonha com alta fama e lugares nos topos das vendas. Mas, os verdadeiros artistas, esses estão positivamente a marimbar-se para isso. Quase tudo o resto é fancaria que por aí berra por um fugaz lugar ao sol.

Discover Jocelyn Pook!

junho 21, 2008

Fotograma: Berling e Bouquet


Charles Berling e Michel Bouquet fotografados por Jean-Marc Fabre no filme Como matei o meu pai, de Anne Fontaine

junho 19, 2008

Ser humano ao telemóvel



«Talvez a crise das relações humanas, desde o casal até à extensão social do grupo pequeno e do grupo grande, explique parcialmente o laço que existe entre um ser humano e um telemóvel, um objecto que, embora pequeno, tem dentro de si um mundo, até ao ponto de se chegar a pensar que é o mundo. E, se o mundo se transformar em medo, eu posso desligá-lo: na verdade, basta premir uma tecla.»

Vittorino Andreoli, O Mundo Digital

junho 16, 2008

A perda de Esbjörn Svensson

O pianista sueco Esbjörn Svensson, falecido ontem, aos 44 anos, liderava «um dos mais excitantes e originais» trios de piano no jazz actual, escrevia, em 2004, Joshua Weiner, no All About Jazz. Subscrevo por inteiro.

Svensson, que tinha agendado um concerto na Casa da Música, no Porto, no final do ano, conseguia congregar apreciadores de jazz e fãs de outros géneros musicais. Neste particular, o baterista do trio, Magnus Öström, tinha um papel primordial, desenvolvendo uma fusão de ritmos rock, jazz e electrónica.

Ao piano, Svensson era capaz das mais suaves tiradas líricas, um pouco ao jeito de Bill Evans ou de Brad Mehldau, mas também de arrancar do instrumento a sua faceta mais percussiva, sobretudo em temas mais "pesados".

O trio, fundando em 1990 e com uma dezena de álbuns editados, ainda teria, certamente, muito para dar aos novos rumos do jazz. Recupero aqui o vídeo, que passei no Travessias o ano passado, do tema Goldwrap (do fantástico álbum Tuesday Wonderland), que permite confirmar a frescura musical e visual do Esbjörn Svensson Trio:



A ler e ver:
Site oficial do E.S.T.
O E.S.T. no All About Jazz

junho 11, 2008